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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Tradição dos Maios

Município de Esposende oferece giestas
para manter a tradição dos Maios
À semelhança de anos anteriores, e com o intuito de manter viva a tradição dos Maios, a Câmara Municipal de Esposende vai disponibilizar, gratuitamente, à população giestas floridas, que poderão ser levantadas no edifício dos Paços do Concelho, amanhã, durante o horário de expediente.


As giestas a disponibilizar resultam da limpeza das faixas de gestão de combustíveis, efetuada no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, numa ação que, além da preservação dos espaços florestais, visa promover a sua adequada gestão.

Ao disponibilizar gratuitamente as giestas, o Município está a contribuir para que a comunidade possa cumprir a tradição, que refere que na noite de 30 de para 1 de Maio, todas as entradas das habitações devem ser protegidas das entidades malignas com um ramalhete de flores de Maio. Reza a lenda que esta tradição remonta ao tempo do Menino Jesus, ao episódio da Fuga para o Egipto, em que recolhida a mãe e filho na proteção de uma habitação, um traidor marca com sangue de cordeiro a ombreira da mesma, denunciando a presença do menino. Para o salvar, os habitantes marcaram da mesma maneira todas as ombreiras da aldeia, impedindo assim a denúncia. Com o tempo, do sangue do cordeiro deu lugar à utilização dos “Maios” floridos, perpetuando a memória daquele episódio. Outras explicações pagãs remetem para a celebração da primavera, e acolhimento da época das flores e abundantes colheitas, a crença popular que este ato afasta o agoiro, mau-olhado e energias malignas.


No concelho de Esposende existem diferentes espécies de codeços e giestas frequentemente utilizados para a tradição dos Maios. São plantas que desempenham importantes funções ecológicas, sendo que, para além da vantagem de uma elevada diversidade biológica, com especial destaque para a componente florística, fixam o azoto atmosférico e protegem o solo da erosão.

De notar que as manchas deste tipo de plantas autóctones estão a diminuir significativamente, sendo cada vez mais substituídas por invasoras lenhosas, especialmente acácias, pelo que o Município terá uma atitude atenta no controlo destas espécies.