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quinta-feira, 16 de maio de 2013

CARLOS BARROS - 6º ANIVERSÁRIO DO FALECIMENTO DE JOSÉ PINTO DE JESUS NIBRA



 O José Pinto de Jesus Nibra, o nosso Zé Nibra-  merece uma menção honrosa neste  sexto aniversário do seu falecimento.
          O Zé Nibra era um abnegado e sábio  pescador, incansável  no rio, mar e terra, tendo  a família  como  centro do seu universo, um marido exemplar, pai dedicado e um avô orgulhoso dos seus netinhos.
            Nas artes de pesca era “professor distinto” e o seu barco “actividade” fez furor na pesca de robalos. Na sua motora “Marco Filipe” tive o prazer, pela primeira vez, de conhecer o mar e recolheu-me ao seu lado, na casa do leme.
Nessa  viagem  marítima, aos confins do desconhecido, dizia-me:
-“Menino , olha sempre p´ra terra para não enjoares”! Nessa viagem “Além –Mar” resisti  e o Zé “Pancas” que me acompanhou,  “largou as tripas” porque feriu esta regra…
           Com arte e desmedida sabedoria  confecionou o massame e velame da catraia “Santa Maria dos Anjos”.
            O meu pai foi  caçador e o Zé Nibra era seu colaborador na passagem de barco para as “croas” e “terrões” na caça  aos patos e maçaricos.
            Em casa da minha ”avó do pão” o Zé  sempre teve o seu quinhão e o meu pai mandava-o para o quintal para apanhar fruta para a família. Para mim, tinha sempre um sorriso, um aceno de simpatia, um sentido de humor distinto e na sua motora, quando ancorado no cais, ele dava-me um espacinho para me deleitar de barriga para cima, apanhando sol, balançando ao sabor das ondas do rio. Era um prazer indescritível, viver este “baloiçar” quando terminava as minhas aulas no Externato Infante Sagres e me aventurava na ribeira, “ornamentada”, com as belas e coloridas motoras, ancoradas no paredão, recuperando “forças” para a próxima maré.
             Era um sono curto,  deliciante e que só acordava  quando a bola corria na ribeira…
            Para o meu amigo Zé Nibra e sua família que muito estimo, aqui deixo este singelo testemunho que nada representa em relação à dimensão humana, social e cultural que ele sempre representou para a classe piscatória de Esposende e  para todos nós,  esposendenses.
CARLOS BARROS           


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