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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escritor valter hugo mãe esteve à conversa com leitores na Biblioteca Municipal de Esposende


Sala cheia. Foi assim mais uma sessão da iniciativa “À conversa com…” que a Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, de Esposende, levou a cabo, no passado dia 20 de Janeiro, desta vez com o escritor valter hugo mãe, vencedor do Prémio José Saramago 2006, a quem o Nobel da Literatura chamou de “tsunami literário”, como assinalou a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Esposende. Jaqueline Areias manifestou, em nome da Autarquia, “honra e orgulho” em receber o escritor que tem na escrita só com letras minúsculas a sua imagem de marca.

A apresentação do escritor coube a Catarina de Brito, que revelou que, para além da escrita, valter hugo mãe também desenvolve trabalho nas áreas das artes plásticas e da música, onde é vocalista do grupo musical Governo. “Na sua escrita, ele olha-se como um optimista magoado e vai revelando nos seus romances um percurso evolutivo do ser”, assinalou.

“A máquina de fazer espanhóis”, o mais recente romance de valter hugo mãe, editado em Fevereiro de 2010 e que em Novembro desse ano atingiu a quinta edição, deu o mote à longa e animada conversa com a vasta plateia.

De forma sucinta, o escritor falou do seu percurso pessoal, profissional e literário, realçando o facto de ter começado pela poesia, e, em tom provocatório leu alguns poemas do seu livro “contabilidade”, que logo granjeou o riso na assistência, abrindo assim o período de tertúlia e debate.
As perguntas sucediam-se, exigindo, não raras vezes, a intervenção da Vereadora Jaqueline Areias, no papel imprevisto de moderadora. Questões como o estranho nome dos seus livros, de que é exemplo “a máquina de fazer espanhóis”, cuja resposta “ todos nós em algum momento da vida pensamos que gostaríamos de ser espanhóis”, levantaram uma saudável polémica, bem como os temas abordados em cada um dos livros. O destaque foi, naturalmente, o seu último romance, precisamente a “máquina de fazer espanhóis”, enredado nas questões da velhice, da sua ternura e tragédia, a propósito do qual foi convidado a integrar um seminário em Lisboa, sobre a Terceira Idade.
 A terminar a sessão, o escritor autografou os muitos livros disponíveis para o evento, tendo mesmo esgotado alguns dos títulos.
Assim, e durante mais de duas horas, valter hugo mãe respondeu às muitas questões levantadas, revelando-se como escritor e como pessoa. Falou da sua escrita precoce, depois da mudança de residência de Paços de Ferreira para Vila do Conde, a licenciatura em Direito, os sonhos da escolha do curso, a desilusão da advocacia e a entrada no mundo da escrita e da edição, abordando ainda a necessidade que sentiu de consolidar conhecimentos nessa área, com o Mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.

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