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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poeta ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA, esposendense de coração.

Nasceu a 30 de julho de 1879 em S. Pedro do Sul no Distrito de Viseu.
Foi jornalista e funcionário público.
Viveu na Quinta de Belinho em S. Paio de Antas no concelho de Esposende.
Cultivou temas patrióticos e religiosos.
Morreu na Quinta de Belinho, em 20 de fevereiro de 1960.


Algumas obras:
Ladainha (1897)
Eiradas (1899)
Cantigas (1902)
Raiz (1903)
Ara (1904)
Tentações de S. Frei Gil (1907)
Elogio dos Sentidos (1908)
Alma Religiosa (1910)
Dizeres do Povo (1911)
Romarias (1912)
A Criação. Vida e História da Árvore (1913)
A Minha Terra (1915-1917)
Na Hora Incerta (Viriato Lusitano) (1920)
Verbo Ser e Verbo Amar (1926)
Mare Nostrum (1939)
História Pequenina de Portugal Gigante (1940)
Aljubarrota ao Luar (1944)
Saudade Nossa (1944)
Redondilhas (1948)
Azinheira em Flor (1954)



O perfume

O que sou eu? – O Perfume,
Dizem os homens. – Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
Sou uma sombra de lume!

Rasgo a aragem como um gume
De espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
A essência que me resume.


Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
Vida de Sonho e Verdade!


Passam os dias, e em vão!
– Eu sou a Recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.


António Correia de Oliveira
In Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade
Org. de José Fanha e José Jorge Letria
Lisboa, Terramar, 2002

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