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sexta-feira, 18 de junho de 2010

"ABL decreta luto de três dias por morte de Saramago"

Morre José Saramago, sócio correspondente da ABL

O escritor português e sócio correspondente da ABL, 7º ocupante da cadeira nº 16, José Saramago, morreu hoje, 18 de junho, aos 87 anos, em sua casa, em Lanzarota (Ilhas Canárias, na Espanha).
 
Saramago encontrava-se doente, de acordo com seu editor, Zeferino Coelho, em entrevista ao jornal português "Público". Suspeita-se que Saramago sofria de problemas respiratórios.
 
A informação sobre o falecimento foi passada por sua família à agência de notícias EFE.
 
O presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, mandou, logo após saber da morte de Saramago, que se fizesse cumprimento de luto acadêmico, e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro, na entrada de sua sede, por três dias.
 
“A Academia estava aguardando a informação de quando José Saramago viria ao Rio para providenciara organização da sua posse na Cadeira 16 de Sócio Correspondente. A notícia nos deixou em estado de enorme tristeza. A próxima sessão acadêmica, quinta-feira que vem, dia 24, na ABL, será dedicada à memória do grande escritor português, por quem sempre tivemos o maior respeito e admiração”, afirmou o Presidente Vilaça.
 
O autor de "Ensaio sobre a cegueira" era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998.

Fernando Meirelles enviou à imprensa um comunicado sobre a morte do escritor.

Leia.

"A última vez que me encontrei com Saramago foi em Penafiel, em Portugal, em novembro passado, onde ele foi homenageado, mas na verdade tenho convivido muito com ele ultimamente pois a O2 Filmes está coproduzindo um documentário chamado José e Pilar, dirigido pelo português Miguel Mendes, sobre os últimos anos do Saramago e sua mulher. O filme é comovente de cortar os pulsos. Vemos ali um homem brilhante que sabe que seu tempo está acabando e tem muita pena de morrer. O dia no qual ele pensava constantemente e que tentou adiar, chegou.

Saramago era um homem lógico, dizia que a morte é simplesmente a diferença entre o estar aqui e já não mais estar. Combatia as religiões com fúria, dizia que elas nos embaçam nossa visão, mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui.  (sem grifos no original)

A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê mas definitvamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje.
Fernando".